Três Franciscos

Ao contrário do que acontece em muitos outros países, nomeadamente anglo-saxónicos, em Portugal não há o hábito de acrescentar aos nomes o número de ordem das gerações sucessivas quando os mesmos nomes (o próprio e apelido) são comuns.

É verdade que durante a Monarquia os reis, ou rainhas, quando o nome era o mesmo, tinham por regra colocar logo a seguir ao nome números romanos para assinalarem a ordem e, portanto, facilitarem a identificação. A Maria II depois da Maria I ou o Pedro V a seguir ao IV, ao III e este ao II que por sua vez se seguiu ao I.

Naturalmente, assim sucedeu, mesmo em épocas ou dinastias distintas. Na sucessão dos Pedros o primeiro foi rei na era medieval (subiu ao trono em 1357) e o último foi aclamado quinhentos anos depois, em 1855, já no tempo de Fontes Pereira de Melo. Era época de Camilo, Ramalho, Eça e Antero que marcaram as letras para sempre. Os reis, tal como o Papa, registam daquela forma a ordem temporal dos respectivos consulados.

Vem isto a propósito da fotografia que agora se exibe, uma vez que mostra três gerações de Franciscos George. O primeiro retratado é o Autor; o segundo é filho do seu irmão gémeo; o terceiro filho deste. Isto é, I, II e III.

Em plena República, aqui fica a nota, para mera reflexão, em nome do princípio da transparência da identidade de cada cidadão. Todos diferentes, todos ligados, todos republicanos.

Lisboa, Fevereiro de 2015
Francisco George

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