Opinião Pessoal (XII)

Artigo de opinião publicado no “Diário de Notícias” 28 fevereiro 2024

Atendendo à proximidade das eleições legislativas, resolvi continuar a escrever focado em assuntos com tonalidade mais adequada à opção política relacionada com o voto de 10 de Março.

Hoje, pretendo clarificar a importância que o Serviço Nacional de Saúde assume na génese da própria democracia e, portanto, na decisão de votar.

A meu ver, é preciso analisar com ponderação o programa apresentado por cada partido, em especial o capítulo dedicado ao Estado Social e, principalmente às medidas propostas para as políticas públicas de Saúde.

Preciso.

A acessibilidade universal aos cuidados de saúde, quer preventivos quer assistenciais, tanto em centros de saúde como hospitalares ou cuidados continuados, é condição básica para todas as pessoas, famílias e comunidades. Só assim, estarão coletivamente envolvidas no processo de construção que visa alcançar mais produção. Mais prosperidade.

A Saúde Pública, como componente principal para o desenvolvimento socioeconómico do país, compreende a seguinte equação:

Literacia + exercício físico regular + alimentação saudável, equilibrada em calorias e com  redução de açucares e substituição do sal por ervas aromáticas + inexistência de comportamentos aditivos nem dependências, incluindo moderação do consumo de álcool + eliminação da exposição ao fumo do tabaco + participação dos doentes no respetivo tratamento da doença,  em regime de coprodução de resultados terapêuticos + justeza na atribuição de benefícios fiscais e prestações sociais concentradas em crianças que mais precisam, sobretudo inseridas em famílias pobres + garantia de acesso  a todos os níveis do Serviço Nacional de Saúde, sem barreiras para residentes ou imigrantes, independentemente dos rendimentos familiares + qualidade ambiental, incluindo em infraestruturas de abastecimento de água potável, saneamento básico e fornecimento de energia elétrica ao alcance de todas as famílias = VIVER MAIS TEMPO E COM MELHOR QUALIDADE DE VIDA.

Esta conclusão da equação traduz, necessariamente, um ganho marcante em saúde que é refletido pela redução do fosso social que separa ricos e pobres (social gap).

Por outras palavras, o gradiente social que progressivamente seria estabelecido entre crianças, jovens, adultos e idosos em função dos respetivos proveitos materiais, ficará atenuado. Assim, haverá mais igualdade. Menos iniquidades. Mais Democracia.

Francisco George
franciscogeorge@icloud.com