Opinião Pessoal (XIII)

Artigo de opinião publicado no “Diário de Notícias” 6 março 2024

Surpreendentemente, fomos chamados a votar já no próximo domingo, dia 10 de Março. Por esta razão, nas últimas semanas, a partir do início da pré-campanha eleitoral, tenho insistido em escrever crónicas relacionadas com a ponderação indispensável no processo de decisão final da opção de voto, em função do programa partidário e do candidato que se apresenta a primeiro-ministro.

Sou daqueles que reconheço que governar não está ao alcance de qualquer pessoa. Não é uma questão de mera simpatia e muito menos de aparência exterior ou do grau de popularidade. É, isso sim, absolutamente necessário que o líder do partido seja dotado de um vasto conjunto de atributos, designadamente de inteligência, sagacidade, capacidade de diálogo, de ouvir e de falar, de flexibilidade, de conhecimentos, de competência, bem como de serenidade e honestidade genuínas. Se assim acontecer, merecerá aceitação social e poderá receber mandato popular para governar em nome de todos.

É certo que o eleitor exigente, em puro exercício de pensamento, inclinar-se-á para escolher o candidato com aquelas qualidades que apontei. Claro que para votar tem que somar à sua própria consciência a confiança nas ações previstas em cada programa. Por outras palavras, tem que se rever nas propostas enunciadas que passarão a ser as suas, de preferência. Não poderá basear-se nem no instinto nem na pressão de marketing correspondente aos cartazes que enchem as ruas. Muito menos nas notícias falsas e fraudulentas (fake) que são frequentemente difundidas nas redes sociais do costume.

Mas, por outro lado, também é verdade que a análise resultante da leitura dos programas eleitorais faz transparecer o sentido e a tendência das políticas a serem concretizadas para os quatro anos da Legislatura.

Na minha opinião, estamos perante três opções possíveis: partidos da esquerda; centro-direita; e extrema-direita radical de raiz populista.

Por mim, defendo, antes de tudo o mais, as propostas que advogam melhores salários e pensões, menos pobreza, mais qualidade no acesso ao Serviço Nacional de Saúde, à Habitação, à Educação e à Justiça. No fundo, traduzem princípios que refletem o desejo de justiça social e de mais igualdade. Mais prosperidade. Mais democracia.

Francisco George
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