Artigo de opinião publicado no “Diário de Notícias” 24 janeiro 2024
As eleições aproximam-se. Naturalmente, cada pessoa é livre de votar. A sua preferência resultará da análise das propostas apresentadas pelos diferentes partidos. A mudança do sentido de voto, de eleição para eleição, é um acontecimento habitual em regime democrático. Se assim não fosse, as pessoas só votariam uma única vez na sua vida…
Agora, à distância de poucas semanas até ao dia das eleições, é tempo para um julgamento tranquilo, após leitura atenta das propostas eleitorais, sem excluir o seguimento dos debates entre os candidatos.
Há, ainda, muito tempo pela frente. Cada eleitor poderá avaliar os programas e fazer uma análise comparativa. Como se sabe, ao contrário das eleições para as autarquias locais, só os partidos podem concorrer à Assembleia da República, tal como define a Constituição da República. Serão eleitos 230 deputados.
Como, muitas vezes, as propostas prometidas pelos dirigentes dos partidos não são inteiramente cumpridas, também interessa ter em conta o caráter dos líderes.
No meu caso, a minha opção de voto resultará não só do conteúdo dos princípios declarados em cada Programa, mas também, do perfil do candidato a primeiro-ministro (PM).
O meu modelo para votar é simples: programa partidário + líder = decisão do voto.
Antes de mais, importa realçar que votar é bom. É um direito e quase um dever. Pelo menos, no plano cívico é mesmo um dever. Só quem vota poderá, em consciência, exprimir-se para aplaudir ou criticar a condução dos assuntos políticos do Estado e a situação do país. A abstenção que traduz desinteresse em escolher as políticas e os políticos, não é aceitável nas sociedades democráticas.
Eu vivi 27 anos em regime autoritário de Salazar e Caetano. Sei bem o significado da ausência de liberdades. Quando, em 1975, votei para a Assembleia Constituinte senti uma alegria que não consigo descrever em palavras.
Agora, a 10 de Março, no que me diz respeito, atendendo à vida de médico que exerço desde há 50 anos e às funções oficiais que já desempenhei, para mim, o capítulo mais importante do Programa Eleitoral é o que se refere à Saúde, no contexto do Estado Social.
O meu voto recairá no partido que assegure o pleno funcionamento do Serviço Nacional de Saúde, mas associado ao candidato a PM com o perfil que me inspire confiança. Voltarei ao tema.
(continua quarta-feira)
Francisco George
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