Férias de Agosto

Artigo de opinião publicado no “Diário de Notícias” 7 julho 2022

Esta coluna de opinião, regularmente publicada nas páginas do “Diário de Notícias”, todas as quartas feiras, vai estar ausente em Agosto por motivo de férias. Regressará em Setembro.

Entretanto, apontam-se algumas recomendações e conselhos, nomeadamente sobre higiene geral, saúde e bem-estar, na perspetiva da necessária recarga de ânimo e de energia que as férias proporcionam.

O foco terá que estar centrado na redução do stress. Para tal, é preciso dispensar o relógio, incluindo o despertador e utilizar menos vezes o telemóvel. É um bom princípio. Todos reconhecerão que andar a correr atrás das horas para chegar a tempo aos transportes públicos ou viver o infernal pára-arranca do tráfego automóvel citadino, em horas de ponta, são fatores de stress que, agora, em férias não fazem qualquer sentido. São, da mesma forma, de evitar as longas filas de automóveis a caminho das praias.

Em matéria de preservação da saúde para todos os membros da família a principal medida, quase obrigatória, é a proteção da exposição aos raios solares. Na praia ou no campo, a utilização de uma camisa de tipo T-shirt é altamente aconselhável, mesmo durante os mergulhos no mar ou piscina[1]. A aplicação de cremes protetores é tanto mais importante quanto mais clara é a pele (em crianças muito em especial)[2]. É preciso saber que os chamados “escaldões”, devidos à excessiva exposição solar, são indesejáveis porque, mais tarde, podem estar na origem de um cancro cutâneo (melanoma). Chapéu de abas largas e óculos escuros, são igualmente indispensáveis. É preciso saber que à hora de almoço, pelo menos entre as 12H30 e as 16H00, a exposição ao sol é especialmente nociva. Decididamente, as melhores horas para frequentar a praia são quer de manhã cedo quer ao final da tarde.

A moderação do consumo de bebidas alcoólicas é a grande regra que deve ser observada por condutores de automóveis, motos ou bicicletas e também pelos peões que andam à beira das estradas. As bebidas alcoólicas, mesmo em pequenas quantidades, dilatam as artérias e, por isso, interferem com a regulação da temperatura corporal que tem uma margem pequena de variação à volta de 36,5 graus centígrados. Já a temperatura ambiental, ao longo das 24 horas do dia, pode oscilar entre 15 e 40 graus, motivo que explica a necessidade da não interferência com os mecanismos normais que mantêm a temperatura do corpo estável (vaso dilação, vaso constrição, circulação, suor).

As refeições devem ser ligeiras, ricas em saladas e frutas. Fora das refeições há que ter em atenção as elevadas calorias dos gelados (que em excesso são sempre prejudiciais à saúde). Para a sede, a água, em lugar de refrigerantes.

Apesar da dificuldade é imperioso reduzir o tempo à frente dos écrans dos telemóveis e computadores, em especial de crianças e jovens. O risco de dependência é real. Um novo e inesperado problema de Saúde Pública que urge resolver. Muito preocupante.

Incutir o gosto pela leitura.

Moral da história: garantir proteção criteriosa da exposição ao sol. Fazer exercícios ao ar livre. Caminhadas. Aproveitar para pôr as conversas em dia com os amigos e vizinhos de verão. Esquecer o telemóvel. Evitar riscos desnecessários. Mais frutas. Menos doces.

Francisco George
franciscogeorge@icloud.com


[1] Atenção às piscinas públicas sem sombras de proteção da exposição ao sol.

[2] A aplicação generosa e frequente de protetores é essencial.